quarta-feira, 20 de abril de 2011

SÃO JORGE


Diocleciano, imperador de Roma, vendo que tudo lhe sucedia bem, determinou, segundo seu parecer e engano diabólicos, sacrificar aos deuses, principalmente a Apolo, sabedor das coisas que haviam de suceder. E consultando urna vez a estátua sobre certa coisa que desejava saber, dizem que lhe respondeu o ídolo, que os justos que estavam na terra, lhe eram impedimentos para dizer a verdade, e por causa deles sucedia muitas vezes ser falso o que ele dizia que havia de ser. Enganado o mísero Diocleciano com o seu erro, desejava saber que homens eram aqueles que se chamavam justos na terra. Respondeu-lhes um sacerdote dos ídolos: "Esses, imperador, são os cristãos".

Não demorou muito o tirano de saber isto, e moveu guerra e perseguição contra os cristãos, já quietos das perseguições passadas. Logo sem mais tardar começou a perseguir os inocentes e justos. Era muito para chorar, ver os cárceres, feito para matadores, adúlteros e ladrões, cheios de Santos, que confessavam a Cristo por Deus e Salvador; e ver que não se contentava o tirano de atormentar os Santos com os tormentos antigos e costumados, mas, cada dia, inventou novos e mais cruéis tormentos com os quais grande multidão de cristãos eram torturados. Indo cada dia, de todas as partes, muitas acusações contra os cristãos ao imperador, e principalmente, referindo-lhe os procuradores do Oriente que os cristãos eram tantos que desprezavam seus mandados, e que ou haviam de permitir que vivessem em sua lei, ou que estando eles com grande exército, e assim os matassem todos, porque outra maneira não seria fácil.

Ouvindo o perverso Diocleciano estas coisas, mandou chamar todos os governadores e procuradores do Oriente e outras partes. Estando junto com os senadores, manifestou a crueldade que tinha contra os cristãos, e mandou que cada um dissesse seu parecer. Sendo alguns de contrairia opinião, por último o tirano afirmou que nenhuma coisa havia mais excelente que a veneração dos ídolos; e assim lhes disse: "Todos que estimais minha amizade, ponde todas as forças para lançar fora de todo o meu império a religião dos cristãos, e eu vos favorecerei com todo o meu poder".

Louvaram todo este parecer do imperador, e determinaram que se referissem ao povo três vezes em três dias.

Estava então no exército o maravilhoso cavaleiro de Cristo, Jorge, o qual era natural de Capadócia, Ásia Menor (atual região da Turquia), de uma família nobre e tradicional na cidade. De pai e mãe cristãos, que muito zelaram pela sua instrução e educação, fora criado desde menino na sagrada religião cristã. Sendo Jorge ainda moço, morreu o pai, oficial do exército imperial, em uma batalha. Por ser ele bom cavaleiro, foi da Capadócia para a Palestina com sua mãe que era natural daquela região, onde tinha fazenda. E como tivesse idade para a guerra, foi instituído por capitão, e em pouco tempo sua personalidade, sua coragem e seu porte foram notados pelo Imperador Diocleciano, que o nomeou Conde. Ignorando ser aquele bravo um cristão, o Imperador romano elevou-o ainda a Tribuno Militar e ao Conselho Militar. Neste tempo faleceu sua mãe, e ele tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a côrte do Imperador, sendo de idade de 23 anos. Vendo, Jorge, que urdia tanta crueldade contra os cristãos, parecendo-lhe ser aquele tempo conveniente para alcançar a verdadeira salvação, distribuiu com diligência toda a riqueza que tinha aos pobres. Depois disto, no dia em que o conselho do senado havia de ser confirmado contra os cristãos, Jorge, sem temor humano, armado só de temor de Deus, com alegre rosto se pôs em pé no meio de toda a Assembléia e falou desta maneira:

"Oh! Imperador e nobres senadores, acostumados a fazer boas leis, que desatino é este tão grande, que não cessais de acrescentar vossa ira contra os cristãos, que tem a certa e verdadeira lei, para que a deixem e sigam a seita que vós mesmos não sabeis se é verdadeira, porque os ídolos que adorais, afirmo que não são deuses, havendo sido homens perdidos.

Não vos enganeis: sabeis que Cristo só é Deus e Senhor na glória de Deus Padre, e por ele foram feitas todas as coisas, e pelo seu Espírito Santo todas as coisas são regidas e conservadas. Pois esta é a verdade ele não queirais perturbar os que a professam."

Ouvindo isto todos ficaram atônitos e espantados do valor e atrevimento com que falou, e esperavam que o Imperador respondesse; mas ele ficando perturbado e refreando a ira, fez sinal ao cônsul Magnêncio, que respondesse a Jorge. O cônsul mandou chegar, Jorge, mas perto de si e disse: "Dize-me, jovem, quem te deu tamanha ousadia para falar nesta Assembléia? Respondeu Jorge: "A verdade". Disse o cônsul: "Que coisa e a verdade?" Respondeu-lhe: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis". Disse o cônsul "Dessa maneira és tu cristão?" Respondeu-lhe: "Eu sou servo de "meu Redentor Jesus Cristo, "e Nele confiado me pus no meio de vós "outros, para que dê testemunho da Verdade. "Com estas palavras se turbaram todos. Então, Diocleciano pondo os olhos em Jorge, o conheceu e lhe disse: "Sabendo eu há dias de tua nobreza, te levantei ao mais alto grau da dignidade de minha corte, e agora ainda que falaste tão alto, como sou muito afeiçoado à tua prudência e fortaleza, te aconselho, como pai amoroso, que não deixes o proveito e honra da tropa, nem queiras perder a flor da tua idade com torturas antes, sacrifica aos deuses e receberá de mim maiores prêmios e recompensas. "Jorge lhe respondeu: "Oxalá, oh imperador, que conhecendo tu por mim. O verdadeiro Deus, lhe oferecesse o sacrifício de louvor, que ele pede e deseja; e eu ficarei por fiador de que ele Senhor de outro mais excelente império do que tens, que é o reino que dura para sempre; porque este que agora possues, cedo se há de acabar. E sabe de certo que nenhum desses bens que me prometes, poderão de alguma maneira afastar-me de meu Deus, nem algum gênero de tormento que inventares poderá tirar de mim o amor de meu Redentor nem causar em mim temor algum da morte temporal". Ouvindo isto o imperador, cheio de ira mandou aos soldados que o deitassem fora da Assembléia com lançadas, e o metessem no cárcere. Fizeram logo os soldados o que lhes fora mandado, mas, a ponta da lança com que lhe tocou no corpo um soldado, dobrou como se fora de chumbo, e Jorge não cessava de dizer divinos louvores. Sendo ele posto no cárcere, estenderam-no em terra e puseram-lhe grilhões nos pés e sobre o seu peito uma grande pedra. Tudo isso lhes mandou o tirano fazer; mas sofrendo o tormento com muita paciência, não cessou até o dia seguinte de dar graças a Deus.

Sendo manhã, o imperador mandou-o vir perante si, e estando Jorge muito atormentado com o peso da pedra, disse-lhe o imperador: ."Tornaste já sobre ti, Jorge?". Respondeu o jovem: "Por tão fraca me tens imperador, que cuidas que um tormento de meninos e tão pequeno, havia de me afastar de Cristo e negar a verdade, primeiro cansarás tu em me atormentar, do que eu sendo atormentado". Disse Diocleciano: "Eu te darei tantos tormentos que te acabarão a vida". Mandou logo trazer uma roda grande e cheia de navalhas e meter o jovem nela para ser despedaçado. Estava esta roda pendurada, e por baixo tinha umas tábuas nas quais estavam pregadas muitas pontas agudas como canivetes de sapateiro. Puseram-no entre as tábuas e a roda, atado com loros e cordas, tão apertado que dentro da carne se escondiam as cordas; e voltando a roda, todo o corpo lhe ficava cruelmente ferido. Este espantoso gênero de tormento sofreu Jorge com grande ânimo; e fazia oração ao Senhor, e depois ficou como adormecido por um bom espaço de tempo.

Vendo isto, Diocleciano, e cuidando que já estava morto, ficou alegre e começou a louvar os seus deuses, e dizia: "Onde está o teu Deus, Jorge? Por que não te livrou deste tormento?"

Mandou então tirá-lo do tormento. e partiu para ir sacrificar a Apolo; mas logo apareceu uma nuvem no ar, e viu um grande trovão, e soou uma voz que muitos ouviram, a qual disse: "Não temas, Jorge, porque estou contigo". Daí a pouco viu-se grande serenidade, e foi visto um homem vestido de branco estar em cima da roda, muito resplandecente no rosto, e deu a mão ao Santo Mártir, e abraçando-o mandou desatá-lo; e logo desapareceu aquele varão de tanta claridade e ficou Jorge solto, livre e são, dando graças a Deus.

Os soldados que o guardavam ficaram fora de si, espantados de tal visão, e deram logo novas do que se passava ao imperador que se achava no templo. Vendo o imperador a Jorge, dizia que não podia ser aquele o mesmo Jorge, mas outro que se parecesse com ele.

Dois corregedores, um chamado Anatólio, outro Petroleu, sendo antes criados na fé de Cristo, vendo o milagre cobraram ousadia, e em alta voz disseram: "Um só é Deus, grande e verdadeiro, que é o Deus dos cristãos", aos quais mandou logo o imperador levar para fora da cidade e cortar-lhe as cabeças, Muitos se converteram, então, ao Senhor tendo fé dentro de si, mas não ousavam descobrir-se com temor da morte e tormentas. Também a imperatriz Alexandra, conhecendo a verdade e começando a querer falar livremente, um cônsul a retirou, e antes que o imperador entendesse a causa, a deixou no seu palácio. Não sofrendo Diocleciano com estas coisas mandou meter Jorge em uma fornalha de cal virgem, três dias, e mandou vigiar, que lhe não viesse de nenhuma parte ajuda alguma. Sendo levado a esse tormento preso, ia fazendo oração a Deus em alta voz, dizendo: "Senhor meu, ponde os olhos de vossa misericórdia em mim, e livrai-me das ciladas do inimigo, e concedei-me que até o fim confesse o vosso santo nome".

"Não digam os meus inimigos por minhas maldades: Onde está o teu Deus? Mandai, Senhor, o vosso Anjo em minha guarda, assim como transformaste a fornalha de Babilônia em orvalho, e os moços que estavam dentro, conservaste sem lhes fazer mal o fogo".

Dito isto, e fazendo o Sinal da Cruz em todo o corpo, com grande alegria entrou no forno de cal. Os ministros e soldados que foram mandados pra executores destes tormentos, depois de o deixarem no forno se retiraram. Ao terceiro dia, chamou o imperador alguns soldados e disse: "Não fique na memória aquele mal-aventurado Jorge, para que não haja quem honre as suas relíquias; portanto ide, e se achardes algum osso subterrai-o, que não apareça mais. "Foram os soldados, seguindo-se grande multidão de povo para ver o que se passava. Descobrindo o cal acharam dentro Jorge com o rosto resplandecente; o qual, levantadas as mãos para o céu, dava louvores a Deus por todos os seus beneficies; e saindo do forno sem algum mal que lhe fizesse a cal, todos se espantaram de tão maravilhosa causa, e Louvaram o Deus de Jorge.

Chegou a nova deste milagre a Diocleciano, este mandou chamar a Jorge e muito espantado lhe disse: "Jorge, com que artes fazes estas maravilhas?" Respondeu-lhe: "Oh! cego imperador, que chamas artes as maravilhas de Senhor, por isso choro tua cegueira".

Disse Diocleciano: "Agora veremos Jorge, se diante dos nossos olhos fazes milagres. Mandou entalo o tirano trazer umas chinelas de ferro ardente, e mandou-lh'as meter nos pés, e desta maneira, o fez levar ao cárcere. e indo açoitando e zombando dele, diziam: "Oh! Como Jorge corre, ligeiramente", mas o mártir sendo tão cruelmente levado e açoitado, ia muito alegre dizendo a si mesmo: "Corre Jorge, para que alcances o prêmio". Depois orando, dizia: "Senhor, olhai o meu trabalho e ouvi os gemidos de vosso preso, porque os meus inimigos se multiplicaram e me tiveram grande ódio pelo vosso nome; mas vós Senhor, me sarai, porque todos os meus ossos estão atormentados, e dai-me paciência até o fim, para que não diga o meu inimigo: "Prevaleci contra ele". "Desta maneira passou Jorge até chegar ao cárcere, indo muito atormentado das chagas que lhe fizeram nos pés os pregos ardentes que as chinelas de ferro tinham para cima. Passando o Santo todo aquele dia e noite em dar graças a Deus, no dia seguinte foi levado diante do imperador, o qual estava sentado junto ao teatro público, estando presente todo o senado.

Vendo o imperador Jorge andar tão bem e sem sacrifícios como se não recebera algum mal, disse-lhe. "Jorge, as chinelas foram para ti refrigério?". Respondeu "Jorge: "Sim, foram". Disse o imperador: "Deixa já a tua ousadia e arte mágica, vem para nós e oferece sacrifício aos deuses, pois de outra maneira serás atormentado com diversos tormentos".

Respondeu Jorge: "Quão ignorante te mostras, pois chamas feitiços ao poder do meu Deus e por outra parte dás honras, aos enganos dos diabos que adoras".

O tirano mandou aos que estavam presentes que o ferissem no rosto , dizendo: "Assim te ensinaram a dizer injúrias aos imperadores? E depois disto mandou que o açoitassem com nervos de búfalo, até que fosse desfeito seu corpo. Sendo Jorge tão sem piedade atormentado, e não mudando a alegria do rosto, disse o tirano "Certamente não chamarei a isto obras de virtude, mas arte mágica". Disse então Magnencio ao imperador: "Senhor, mandai chamar um homem que aqui mora, grande mágico e com ele será vencido Jorge". Foi, logo, chamado o feiticeiro e lhe disse Diocleciano: "Todos os que estamos presentes sabemos o que este maldito Jorge faz; mas porque arte o faz, tu no-lo declararás. E rogo-te que destruas seus feitiços e o faças obedecer-nos." Prometeu então Athanasio, (o mágico) que no dia seguinte faria tudo que lhe ordenava; e mandou o imperador guardar Jorge no cárcere, no qual ele invocava o nome do Senhor, dizendo: "Seja Senhor, a vossa misericórdia sobre mim, e encaminhai meus passos na confissão de vosso Santo nome, e acabai minha vida na vossa fé, para que em tudo seja o vosso louvado".

No dia seguinte, estando Diocleciano no teatro, mandou vir o mágico, o qual veio muito vaidoso e mostrando ao imperador umas bebidas e disse: "Seja trazido aqui, Jorge e vereis a força destas bebidas; pois se quereis que obedeça dêem-lhe de beber o que trago neste vaso. E se quereis que morra dêem-lhe deste outro vaso".

Mandou o imperador vir perante si Jorge, e disse-lhe: "Agora, Jorge, serão acabadas as tuas artes mágicas", e mandou que por força bebesse um daqueles vasos; mas o Santo sem algum temor o bebeu sem lhe fazer mal; e finalmente esteve muito constante na fé e ficou a arte do diabo desprezada.

O imperador vendo isto, mandou-lhe dar a outra bebida quê o constrangessem a bebe-la; mas o bem-aventurado Jorge não esperando que o forçassem, pela divina virtude bebeu a outra sem lhe fazer mal algum.

Ficou o imperador pasmado e espantado e todo o senado e o mesmo feiticeiro de tamanha maravilha; e disse o imperador a Jorge mártir: "Até quando nos há de pôr em espanto com isto que fazes? Por que não acabas de confessar a verdade? Como escapas tão facilmente do veneno que te dão a beber e como desprezas os tormentos?" Respondeu Jorge: "Não cuides, imperador, que somos livres por alguma humana providência, más só pelo poder e virtude de Cristo; e confiados nele, não fazemos caso dos tormentos seguindo sua "doutrina". Disse então Diocleciano: "Que doutrina é a de teu Cristo? Respondeu Jorge: "Conhecendo o Senhor, a diligência que vós outros haveis de ter em perseguir os Santos, não temais aqueles que matam o corpo, nem façais caso das coisas transitórias; sabeis de certo que um cabelo de vossa cabeça não perecerá; e ainda que bebas veneno não vos fará mal." Finalmente prometeu-nos dizendo: "Aquele que crer em mim fará as obras que eu faço". "Que obras são essas? "Dar vistas aos cegos, curar leprosos fazer andar os mancos, abrir ouvidos aos surdos, expelir os demônios dos corpos, ressuscitar os mortos e outras coisas semelhantes a estas".

Virou-se então o imperador para Athanazio, o mágico e lhe disse: "Que dizes tu a estas coisas?" Respondeu Athanazio: "Admiro-me de ver como este jovem despeze a vossa mansidão com suas mentiras; más já que ele diz, que os que esperam no seu Deus farão as obras que ele faz, ali naquele sepulcro que está diante de nós, está um defunto, que eu conheci, e pouco tempo há que ali o sepultaram; se Jorge o ressuscitar, sem nenhuma dúvida adoremos o seu Deus". Então o imperador fez sinal a Jorge que o experimentasse.

Pediu então Magnêncio ao imperador que mandasse soltar a Jorge, e depois de solto lhe disse: "Agora, Jorge mostra-nos as maravilhas do teu Deus; e se o fizeres, todos creremos nele. Respondeu Jorge: "Nobre Cônsul, Deus que todas as coisas criou do nada, poderoso é para, por mim, ressuscitar este defunto; mas como vossas almas estão cegas, não podereis entender a verdade; porém, por amor do povo presente, isto que pedis tentando-me, Deus o obrará por mim, para que o não atribuas a arte mágica. Pois este mágico que aqui o trouxeste, confessa que nem por encanto, nem pelo poder dos vossos deuses, pode um morto ser ressuscitado, em diante de todos vós chamo a meu Deus"; e dizendo isto, pôs os joelhos em terra, e quase chorando orava a Deus, e levantando-se disse em alta voz: "Oh! eterno Deus de misericórdia, Deus de todas as virtudes, e que todas as coisas pode, que não frustreis a esperança dos que em vós confiam. Senhor Jesus Cristo, ouvi este mísero servo vosso, nesta hora, assim, como ouvistes, Santos Apóstolos em todo o lugar, dando-lhes poder para fazeres milagres e sinais. Dai, Senhor, a esta geração má o sinal que pode, e ressuscitai este morto para glória vossa, e do Padre e do Espírito Santo. Rogo-vos, Senhor, que mostreis a estes circunstantes serdes só vós, Deus Altíssimo sobre toda a terra e que eles conheçam serdes vós Senhor poderoso, a cuja vontade todas as coisas estão sujeitas e que vossa será a glória para todo sempre. Amém". Dizendo Amém, se ouviu um grande som, de maneira que tremeram todos.Logo se levantou grande alvoroço e tumulto no povo e muitos deles louvaram a Cristo, dizendo que era o verdadeiro Deus.

O imperador e os seus familiares, espantados e cheios de incredulidade, diziam que Jorge era um grande mágico, e que metera algum espírito naquele corpo para enganar os circunstantes; mas depois que verdadeiramente viram e conheceram ser homem o que ressurgira, e que chamava a Jesus Cristo, indo correndo para Jorge, não sabiam mais o que dizer. Athanazio, encantado, vendo esta maravilha, lançou-se aos pés de Jorge, dizendo em alta voz que Cristo era Deus todo poderoso, e rogava ao Santo, que lhe alcançasse o perdão de seus pecados.

Daí a pouco fez o imperador calar o povo, e disse-lhe: "Veremos o engano e malícia destes feiticeiros? Este Athanazio, semelhante a Jorge, ambos de uma mesma arte, favorecem um ao antro; e as bebidas venenosas, não lhà deu, mas deu-lhe outra cheia de encantamento para nos enganar". Acabando de dizer isto, mandou logo degolar Athanazio com o que fora ressuscitada, dizendo o pregão que era por confessarem a Cristo por Deus, e a Jorge mandou meter no cárcere, onde o Santo dava graças a Nosso Senhor pelas grandes maravilhas que por ele fazia.

E estando ali no cárcere, vinham a ele muitos dos que tinham recebido a fé pelas maravilhas que foram feitas. e desrespeitando os guardas, se lançavam aos pés dele, entre os quais alguns enfermos que, em virtude do sinal e do nome do Cristo, foram por ele curados. Andando um pobre homem lavrando a sua terra, um dos bois com que lavrava caiu em terra e morreu; e ouvindo a fama de Jorge foi correndo ao cárcere, chorando a perda do boi. Disse-lhe Jorge: "Vai alegre, porque Cristo, meu Senhor, tornou teu boi à vida". Crendo ele em suas palavras, foi correndo e achou o boi vivo como Jorge dissera, e logo sem mais se deter, tornou este homem, chamado Glycero, a Jorge, o ia pela cidade dizendo em vozes: "Muito grande é o Deus dos Cristãos". Uns cavalheiros o prenderam e mandaram dizer ao imperador o que se passara; o tirano cheio de ira o mandou degolar fora da cidade.

E Glycero, muito alegre, como se fosse a algum convite, ia correndo diante dos soldados que o levaram ao martírio, e com alta voz chamava ao Senhor, pedindo- lhe que recebesse o seu martírio. E desta maneira acabou a vida. Neste tempo, alguns dos senadores foram acusar Jorge ao imperador, dizendo que estando no cárcere abalava o povo e fazia a muitos receber a fé de Cristo.

Ouvindo isto, o imperador tomou conselho com Magnêncio, e no dia seguinte mandou aparelhar sua cadeia junto ao templo de Apolo, para que ali publicamente, fosse Jorge, perguntado. Naquela noite, orando Jorge no cárcere e adormecendo, viu em sonho o Senhor que por sua mão o levantava e abraçava, e lhe punha uma coroa na cabeça, e dizia: "Não temas, mas tem forte o coração, pois já és digno e mereces reinar comigo, não tardes em vir gozar dos bens eternos, que te estão preparados". Acordando e dando graças a Deus com muita alegria, chamou o carcereiro e disse-lhe: "Rogo-vos irmão, que deixeis entrar neste cárcere meu empregado, porque me importa falar com ele". Concedendo o carcereiro o seu pedido, entrou o moço que estava muito triste pelos tormentos que passava o seu senhor. Levantou-o da terra onde se lançara, chorando, consolou-o, esforçou-o e disse-lhe: "Filho, muito cedo me chamara meu Senhor para si, mas depois que passar desta vida, tomarás este mísero corpo e leva-lo-ás a Palestina, à casa onde morávamos, e Deus será guia de teu caminho, e não apartes nunca da fé de Cristo". E prometendo-lhe o criado com muitas lágrimas, que assim o faria, abraçou-o o Santo, a mandou-lhe que fosse dali em paz.

No dia seguinte, assentado Diocleciano em sua cadeira imperial, mandou vir Jorge perante si, e começou com muita mansidão e falar-lhe desta maneira: "Dize-me, Jorge, não te parece que sou muito humano e benigno para ti? Testemunhas me sejam todos os deuses como me pesa em extremo de tua mocidade, assim em flor, da tua gentileza e formosura, como também pelo assento de tua descrição e constância de ânimo. E desejo muito, se te apartares da fé cristã, que mores juntamente comigo, e seja a segunda pessoa do meu império. Agora me responde o que te parece."

Respondeu Jorge: "Razão era, imperador, se tamanho amor e afeição me tinhas que me não perseguisse, como o inimigo principal, e não executarás em mim tantos tormentos por satisfazer com tua ira".

Ouviu o imperador isto com bom gosto e disse a Jorge: "Se me quiseres obedecer como pai, eu te compensarei os tormentos que te fiz dar, com muitas grandes honras que te farei".

Disse então Jorge: "Se queres, imperador, vamos ao templo a ver esses deuses que vós outros honrais". Levantou-se logo o imperador com grande alegria, e mandou declarar público que o Senado e todo o povo viesse ao templo. Indo o povo para o templo, louvava ao imperador pela vitória que, cuidavam, alcançara Jorge. Entrados todos no templo, e aparelhado o sacrifício, tinham todos postos os ollios no mártir esperando que sem nenhuma dúvida havia de sacrificar.

Jorge chegou à estátua de Apolo, e estendendo a mão, disse: "Por que coisa quereis tu que te ofereça sacrifícios como a Deus?"

E logo faz o sinal da cruz. O demônio, que dentro do ídolo estava, bradava dizendo: "Não sou Deus, nem algum semelhante a mim é o Deus a quem pregas. Nós, de Anjos fomos feitos diabos, e enganamos os homens pela inveja que lhes temos. Perguntou-lhe então Jorge: "Pois como ousais vós outros estar aqui neste lugar estando eu presente, que adoro o verdadeiro Deus?" Dizendo isto se sentiu um ruído, como choro que saía das estátuas, e caíram todos os ídolos em terra e fizeram-se em pedaços.

Levantaram-se então alguns dos do povo acesos em ira e fúria, instigando os sacerdotes, tomarem Jorge, e açoitando-o, bradavam dizendo. "Mate este feiticeiro, oh! Imperador, mate este mágico". E correndo estas novas, logo pela cidade, a imperatriz Alexandra, não podendo mais encobrir a fé de Cristo que tinha, veio com grande pressa, e vendo o alvoroço do povo e Jorge preso, e longe dela, e que pela muita gente não podia chegar a ele, bradou em alta voz e dizia: "Deus de Jorge, ajudai-me". Pacificando o alvoroço do povo mandou Diocleciano trazer diante de si Jorge, e com grande ira lhe disse: "Mau homem, desta maneira agradeces a bondade com que te trato? "Deste modo costuma sacrificar aos deuses? "Respondeu Jorge: "Sem dúvida, imperador, que deste modo, aprendi eu a sacrificar aos teus deuses: daqui em diante tem vergonha de atribuir a saúde que tens a tais deuses, os quais não podem sofrer a presença dos servos de Cristo".

Dizendo estas palavras o Santo, chegou a imperatriz e disse ao imperador o que tinha dito d'antes, e lançou-se aos pés de Jorge. Vendo isto o imperador, disse: "Que novidade é esta, Alexandra, que te afeiçoou a este mágico encantador? A bem-aventurada imperatriz não lhe quis responder, tendo-o por indigno de sua resposta. O cruel imperador, cheio de ira e furor pela mudança da imperatriz, deu contra Jorge e contra ela a sentença seguinte: Mando degolar a esse péssimo Jorge, o qual , assim aos deuses como a mim injuriou gravemente; e o mesmo fez Alexandra, imperatriz, enganada com seus feitiços.

Tomaram logo os soldados Jorge e o levaram preso fora da cidade, juntamente com a nobilíssima imperatriz, que orando a Deus como alegre ânimo, caminhava para o lugar do martírio; e indo assim, chegando a um certo lugar, pediu que a deixassem assentar um pouco, e assentando sobre o seu vestido, inclinou a cabeça sobre os joelhos e assim deu o espírito a Deus.

Por essa razão a bem-aventurado mártir, Jorge louvando e dando graças a Deus caminhava com grande alegria. Chegando ao lugar determinado fez oração ao SENHOR, dizendo:

"Bendito sois, Senhor Deus meu, porque não permitistes que eu fosse despedaçado pelos dentes daqueles que me queriam e buscavam, nem consentiste que meus inimigos ficassem alegres com a vitória: porque livraste a minha alma, como pássaro do laço dos caçadores. Pois agora, Senhor, também me ouvi, sede comigo nesta última hora, e livrai a minha alma da maldade dos malignos espíritos; e todos os males que por ignorância em mim executam, lhes perdoai. Recebei, Senhor, a minha alma com aqueles que desde o princípio do mundo vos serviram, e esquecei-vos de todos os meus pecados, que eu voluntariamente, ou por ignorância cometi".

"Lembrai-vos, Senhor, dos que recorrem ao vosso Santo nome, porque vós sois "Santo", bendito e glorioso para sempre, Amém".

Acabando de dizer isto, estendeu o pescoço com alegria e foi degolado, e entregou sua alma nas mãos dos anjos a 23 de Abril, fazendo excelente confissão de fé pura e sã pelo ano 303.

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lidia (Antiga Dióspolis), onde o Santo foi sepultado, e onde o imperador Cristão Constantino, mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis para que o Culto ao Santo fosse espalhado. Seu culto espalhou-se imediatamente por todo o Oriente. Pelo século V, já haviam cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, em Bizôncio, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores Santos da Igreja Católica. No Ocidente, na Idade Média, as Cruzadas colocaram São Jorge à frente de suas milícias, como Patrono da Cavalaria. Na Itália era padroeiro de Gênova. Na Alemanha, Frederico III criou uma ordem Militar. Na França, São Gregório de Tours era conhecido pela devoção a São Jorge. Nas Gálias, o rei Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotide, erigiu várias igrejas e conventos em sua honra. A Inglaterra foi o país Ocidental onde a devoção ao Santo teve papel mais saliente. O monarca Eduardo III colocou a proteção de São Jorge a Ordem da Cavalaria da jarrateira, fundada por ele em 1330.

Os Ingleses escolheram São Jorge como padroeiro do país, imitando os gregos que, também, trazem a cruz de São Jorge na sua bandeira.

E ainda durante a Grande Guerra (1914-1918 muitas das medalhas foram cunhadas e oferecidas aos enfermeiros militares e as irmães de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos da guerra.

As artes, também, divulgaram amplamente a imagem do santo. Em Paris, no Museu do Louvre, há um quadro famoso de Rafael (1483-1520), intitulado "São Jorge vencedor do Dragão". Na Itália, existem diversos quadros célebres; um deles está em Veneza, de autoria do pintor Carpaccio (1450-1525) e outro, não menos notável, pintado por Donatello (1386-1466).

E hoje, no mundo inteiro, invocam o Santo, pedem sua intercessão e elogiam os admiráveis rasgos de sua poderosa proteção.


A Maravilhosa historia de São Jorge


Se de São Jorge possuímos só os atos do martírio e mais precisamente sua paixão (considerada apócrifa já pelo decreto Gelasiano do século VI, poderíamos até duvidar de sua existência histórica. Toda via não se pode apagar com um simples golpe de caneta uma tradição tão universal: a igreja do Oriente o chama de Grande Mártir e todos os calendários Cristãos incluíram-no no elenco dos seus Santos. São Jorge, além de haver dado nome a cidades e povoados, foi proclamado padroeiro de cidades como: Gênova, de regiões inteiras Espanholas, de Portugal, da Lituânia e da Inglaterra. Com a solena confirmação, para esta última, do Papa Bento XIV.
Este culto extraordinário tem origens muito remotas uma vez que seu sepulcro em Lida, na Palestina, onde o Mártir foi decapitado no início do século IV, era alvo de peregrinações já na época das cruzadas, quando o Sultão Saladino destruiu a igreja construída em sua honra. A imagem de todos conhecida, do cavaleiro que luta contra o dragão, difundida na idade média, faz ver a origem da lenda, criada sobre este Mártir e contada de várias maneiras em suas muitas paixões.

Diz a lenda que um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade trazendo-lhe a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho flagelo, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, pegas por sorteio. um dia coube a filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo ca Capadócia. Era São Jorge.

O valente Guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão num manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. O misterioso cavaleiro lhes assegurou, gritando-lhes que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.

Também o fim deste Glorioso Mártir tem o sabor de lenda. Foi condenado a Morte por ter renegado aos deuses do império. Os Algozes Infligiram-lhe no corpo os mais atrozes tormentos. Ele parecia de ferro. Diante de sua invicta coragem e de sua Fé, a própria mulher do Imperador se converteu. Muitos Cristãos, amedrontados diante dos carrascos, encontraram a força de dar testemunho a Cristo com o extremo holocausto de suas vidas. Por fim, também São Jorge inclinou a cabeça sobre uma coluna e uma espada Super afiada pôs fim a sua jovem vida.

OGUM


Ogum é o Orixá da Lei e seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Trono Regente das milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.

Ogum é sinônimo de lei e ordem e seu campo de atuação é a ordenação dos processos e dos procedimentos.

O Trono da Lei é eólico e, ao projetar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois pólos magnéticos ocupados por Orixás diferenciados em todos os aspectos. O pólo magnético positivo é ocupado por Ogum e o pólo negativo é ocupado por Iansã.
Esta linha eólica pura dá sustentação a milhões de seres elementais do ar, até que eles estejam aptos a entrar em contato com um segundo elemento. Uns têm como segundo elemento o fogo, outros têm na água seu segundo elemento, etc.

Portanto, na linha pura do "ar elemental" só temos Ogum e Iansã como regentes.
Mas se estes dois Orixás são aplicadores da Lei (porque sua natureza é ordenadora), então eles se projetam e dão início às suas hierarquias naturais, que são as que nos chegam através da Umbanda.

Os Orixás regentes destas hierarquias de Ogum e Iansã são Orixás Intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da linha de forças da Lei.
Saibam que Oxalá tem sete Orixás Intermediários positivos e tem outros sete negativos, que são seus opostos, e tem sete Orixás neutros; Oxum tem sete Orixás intermediárias positivas e tem outras sete negativas, que são suas opostas; Oxóssi tem sete Orixás intermediários positivos, sete negativos, que são seus opostos, e tem sete outros que formam uma hierarquia vegetal neutra e fechada ao conhecimento humano material; Xangô tem sete Orixás intermediários positivos e tem sete negativos, que são seus opostos. E o mesmo acontece com Obaluayê e Yemanjá.
Agora, Ogum e Iansã são os regentes do mistério "Guardião" e suas hierarquias não são formadas por Orixás opostos em níveis vibratórios e pólos magnéticos opostos, como acontece com outros. Não, senhores!
Ogum e Iansã formam hierarquias verticais retas ou seqüenciais, sem quebra de "estilo" , pois todos os Oguns, sejam os regentes dos pólos positivos, dos neutros ou tripolares, ou dos negativos, todos atuam da mesma forma e movidos por um único sentido: aplicadores da Lei!
Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois mão se permitem uma conduta alternativa.
Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.
Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

OFERENDA:
Velas brancas, azuis e vermelhas; cerveja, vinho tinto licoroso; flores diversas e cravos, depositados nos campos, caminhos, encruzilhadas, etc.


ORIXÁ da guerra, das batalhas, dos metais, da agricultura, dos caminhos e da tecnologia.

Em muitas lendas aparece como irmão de Oxósse e Exú. Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) - folhas do dendezeiro (igi öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção.
Depois de Exú é o Ogum que está mais próximo dos homens. Seu símbolo principal é uma espada de ferro chamada idà, seu dia é a terça-feira.
Senhor da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os instrumentos como espada, a faca, a enxada, a ferradura, a lança, o martelo, a bigorna, a pá, etc.
É o dono do Obé (faca) por isso vem logo após o Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores e agricultores.

O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OGUM
Os filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções.
São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.

OGUM — Orixá das Guerras e da Tecnologia !!!
Lenda
Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico espólio em suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odúduá, seu pai, rei de Ifé.
Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê. Antigamente, esta cidade era formada por sete aldeias. Por isto chamam-no, ainda hoje, Ogum mejejê lodê Irê - "Ogum das sete partes de Irê".
Ogum matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ogum Rei de Irê!"
Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".
Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede.
Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma.
Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.

OGUM - Lenda
Oyá vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ela ajudava Ogum no seu trabalho, carregava seus instrumentos, manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogum deu a Oyá uma vara de ferro igual a que lhe pertencia que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove partes, caso estas as tocassem em uma briga.
Xangô gostava de sentar-se perto da forja para apreciar Ogum bater o ferro, e sempre lançava olhares a Oyá; ela por sua vez, também lançava olhares a Xangô.
Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados, usava brincos, colares e pulseira. Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Um dia Oyá e Xangô fugiram e Ogum lançou-se em perseguição deles. Encontrando os fugitivos, brandiu sua vara mágica, Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim que Ogum foi dividido em sete partes e Oyá em nove partes, recebeu ele o nome de Ogum Mejé e ela o de Iansã, cuja origem vem de Iyámésàn a mãe transformada em nove.

Páscoa / Ostara


Muito antes de ser considerada a festa da ressureição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera.

A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade.

A palavra "páscoa" - significa "passagem", uma transição anunciada pelo equinócio de primavera (ou vernal), que no hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março e, no sul, em 22 ou 23 de setembro.

De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther - em inglês, Easter que quer dizer Páscoa.

Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Persephone. Na mitologia romana, é Ceres. Os pássaros estão cantando, as árvores estão brotando. surge o delicado amarelo do Sol e o encantador verde das matas.

A celebração de Ostara, comemora a fertilidade, um tradicional e antigo festival pagão que celebra o evento sazonal equivalente ao Equinócio da primavera. Algumas das tradições e rituais que envolve Ostara, inclui fogos de artificios, ovos, flores e coelho.

Ostara representa o renascimento da terra, muitos de seus rituais e símbolos estão relacionados à fertilidade. Ela é o equilíbrio quando a fertilidade chega depois do inverno. É o período que a luz do dia e da noite têm a mesma duração. Ostara é o espelho da beleza da natureza, a renovação do espírito e a mente. Seu rosto muda a cada toque suave do vento. Gosta de observar os animais recém-nascidos saindo detrás das árvores distantes, deixando seu espírito se renovar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ESTRADA DA VIDA



MEUS AMORES,


A ESTRADA DA VIDA TEM MOMENTOS

CERTOS PARA SE ADENTRAR POR ELA,

PARA PODER CAMINHAR E APRENDER.

EM UM DETERMINADO MOMENTO NA SUA VIDA

TERÁS QUE OPTAR EM QUAL DIREÇÃO SEGUIR.

É PARA ISSO QUE A ESTRADA SERVE,

PARA APRENDERMOS A CRESCER E PARA

ENTENDERMOS QUE TUDO TEM SEU MOMENTO

OU SEJA COMO AS ESTRADAS TEM CURVAS E DESVIOS,

NÓS TAMBÉM TEMOS DOIS LADOS, DOIS CAMINHOS, PARA ESCOLHER.

E QUE VOCÊ POSSA FAZER A MELHOR ESCOLHA

PARA SUA VIDA, QUE SEJE ESCOLHAS CERTAS

PARA NÃO SE ARREPENDER DEPOIS.

BOM, SENDO ASSIM QUE CADA UM CAMINHE

LIVRE E FELIZ PELO CAMINHO ESCOLHIDO.

QUE A CIGANA DA ESTRADA POSSA ESTAR SEMPRE

AO SEU LADO TE PROTEGENDO E TE GUIANDO

PELA ESTRADA A FORA.

BJOSS MEUS
ALMA
OPATCHÁ!!!!

ORAÇÃO DA CIGANA DA ESTRADA - 2




Minha cigana,que voce faca brotar em mim a sua beleza.
tu es formoza e desejada,es bela e poderoza.
No clarao da sua beleza irradia a noite, seu sorrizo
atrai os homens, e preso em tuas maos todos que
ti veem ficam. Seu corpo desperta e atrai todos os homens.
E em teus pes todos se arrastam, e imploram para
estar em teus bracos. E entao por isso ti respeito
e admiro, que (fulano)ou(diga todos os homens que eu quizer)
ao me ver que sinta sua beleza em mim, sinta teu cheiro,
e que quando chegar ate a mim,sejam submissos e se arrastem
e implorem pelo meu amor,cigana que tu faca com que o suco
do meu sexo se empreguine no corpo do homem que
eu me deitar, e que quando este homem longe
de mim estiver apenas veja a minha imagem
em seus pensamentos e que ao respirar sinta
meu perfume, me de um pouco de sua beleza,
um pouco do seu poder atrativo,porque linda, poderosa
e desejada tu es.
Acendo esta vela e que sua cor vermelha seja a
paixao deste homem(s) por mim, que sua chama
seja o calor, o fogo, o desejo, brotando, despertando em
seu coração, e que a cera derretida sejam as lagrimas
que ele a de derramar,se por acaso lutar contra o desejo,
e quando longe de mim estiver. Minha rainha em gratidao
entrego esta vela, e peco mais uma vez que ande do meu lado
me proteja da inveja,dos feiticos e das rivais.
✯☪ ✯☪✯☪

(Acenda uma vela vermelha fora de casa)
esta oracao e forte por tanto se não acredita
não a faça.
Se fizer que seja com bastente fé.

✯☪ ✯☪✯☪

ELES ESTÃO CHEGANDO....




LIMPE SUA MENTE DE TODOS OS MAUS PENSAMENTOS.


ABRA SEU CORAÇÃO PARA RECEBER A LUZ,AGORA
FAÇA DELE UMA CLAREIRA EM MEIO A MATA.


LOGO ADIANTE ESTÁ A ESTRADA, O RIO LIMPO
E SERENO PASSA ALI PERTINHO.


TUDO PRONTO, VAMOS AGUARDAR...


OUÇA O TILINTAR DOS ARTEFATOS BATENDO
UNS NOS OUTROS, OUÇA O TROTAR DOS CAVALOS,
O RISO ALEGRE DAS CRIANÇAS, A VOZ FORTE DOS
HOMENS E O CANTO DAS MULHERES.


A ALEGRIA ESTÁ CHEGANDO E COM ELA,
A CARAVANA DE LUZ.


UMA A UMA AS CARROÇAS VÃO ENTRANDO
EM SEU CORAÇÃO,FORMAM UM CÍRCULO PERFEITO,
SEM INICIO OU FIM, REPRESENTANDO A ETERNIDADE.


OS HOMENS SE APRESSAM EM ACENDER A FOGUEIRA
QUE AGORA VAI AQUECER O SEU CORAÇÃO AS MULHERS
PROVIDENCIAM O ALIMENTO PARA A SUA ALMA AS CRIANÇAS
CORREM, BRINCAM E ESPALHAM ALEGRIA POR TODO O SEU SER.


TUDO PRONTO, O ACAMPAMENTO CIGANO
SE INSTALOU EM SEU CORAÇÃO.


VOCÊ SE SENTE QUERIDA, AQUECIDA, ALIMENTADA, FELIZ.


A FESTA DESTA NOITE É EM SUA HOMENAGEM.


TODOS EM VOLTA DA FOGUEIRA, O CHEFE DO CLÃ
INICIA UMA ORAÇÃO PARA AGRADECER A DEUS E A
SANTA SARA PELO CORAÇÃO ENCONTRADO, TODOS
AGRADECEM AS CRIANÇAS SÃO AS PRIMEIRAS A SAIR
CORRENDO FELIZES APÓS A ORAÇÃO.


O SOM DE UM VIOLINO CORTA A NOITE, AS CHAMAS
DA FOGUEIRA PARECEM INICIAR A DANÇA.


OS MAIS VELHOS BATEM PALMAS, OS JOVENS
SAEM DANÇANDO AO SOM DA MELODIA.


SUA ALMA CIGANA FALOU MAIS ALTO, VOCÊ
RODOPIA FELIZ, A SAIA RODADA, O LENÇO,
OS ANÉIS, AS PULSEIRAS SURGEM POR ENCANTO.


VOCÊ É UMA CIGANA O TEMPO PASSA E VOCÊ
NEM SE APERCEBE, FECHA OS OLHOS E SENTA
PARA DESCANSAR.


AO ABRI-LOS O DIA JÁ RAIOU, A CARAVANA
DE LUZ PARTIU,QUE PENA, BEM QUE ELES
PODIAM FICAR PARA SEMPRE EM SEU CORAÇÃO,
MAS ELES SÃO CIGANOS, PARTIRAM EM BUSCA
DE UM NOVO CORAÇÃO.


NÃO FIQUE TRISTE.ELES DEIXARAM A FOGUEIRA,
VOCÊ NUNCA MAIS SENTIRÁ O FRIO DA SOLIDÃO.


DEIXARAM ALIMENTO PARA ALIMENTAR SUA ALMA,
DEIXARAM A ALEGRIA E É TANTA QUE VOCÊ PODE
DIVIDI-LA COM TODO O MUNDO.


DEIXARAM A ESPERANÇA DE DIAS MELHORES,
A SABEDORIA E A CERTEZA QUE VOCÊ ESTÁ PRONTA,
E POR FIM DEIXARAM A CIGANA QUE VOCÊ SEMPRE FOI,
AGORA COM UMA MISSÃO:


A CIGANA TEM O DOM DA PALAVRA, DE SEUS LÁBIOS
SAIRÃO PALAVRAS DE ESPERANÇA, FÉ, HUMILDADE
E AMOR, QUE AQUECERÃO CORAÇÕES SOLITÁRIOS,
PALAVRAS QUE LEVARÃO A PAZ, QUE ILUMINARÃO
CAMINHOS, PALAVRAS QUE ESPALHARÃO ALEGRIA
E SANTA SARA ESTARÁ SEMPRE COM VOCÊ.


NUNCA SE ESQUEÇA DE DAR DE GRAÇA O Q
UE DE GRAÇA ACABOU DE RECEBER.


UM DIA EM UM FUTURO DISTANTE, QUANDO
SUA MISSÃO TIVER SE ENCERRADO, A
CARAVANA DE LUZ VAI VOLTAR, E DESTA VEZ,
PARA TE BUSCAR CIGANA!!
-Elis Peralta -

CIGANA DA ESTRADA




Sou filha do Céu e da Terra; irmã da Água e do Ar.

Sou o fogo na Floresta e a branca espuma no Mar.

Sou a Loba; sou a Selva; sou a carícia da Relva;
e a Carroça atrelada.

Sou a beira e o caminho; sou um pássaro sem ninho e do galho mais fraquinho, todos me escutam cantar!

Sou a menina do Dia e a amante louca da Noite;

sou o alívio e o açoite, e a carne esfacelada.

Sou a abelha rainha, venha provar do meu mel, pois dentro do meu casulo, Você estará no céu!

Se quer que lhe deixe louco entre um beijo e uma dentada,
me chame de tudo um pouco, mas o meu nome é Sttrada !

Na sombra, eu sou Vaga-lume; na luz, eu sou Mariposa;
sou o inseto que pousa e a lâmpada que é apagada.

Nasci para passar o Tempo e ficar um tempo parada,
mesmo que a vida insista, em me deixar estafada, vou seguindo, sempre em frente, pois topo qualquer jogada, todos sabem que existo, pois o meu nome é Sttrada !

Realizo a caminhada; sem precisar me cansar;
percorro vários caminhos; importante é o Caminhar.

Estou aqui, ali e acolá; o que não posso é parar.

Sou casada com o poder de sempre ser encontrada,
aceito qualquer roteiro, me chamam de caminheiro,
mas o meu nome é Sttrada !
Sou a primeira e a última, de todas as desgraçadas.
Honrada ou desprezada; vil ou simplesmente sagrada;

sou o som e o silêncio; sou o choro e a risada.

Sou a eterna abundância; pois sempre dou importância, para a semente lançada, num solo de doce fragrância, pois o meu nome é Sttrada !

Sou o Rei e a Rainha; sou o súdito e o reinado;
sou a Coroa e a Forca, o Algoz e o Enforcado.

Uso a máscara da Vida, mas me confundem com a Morte.

Sou o Azar e a Sorte, e, aquela que foi dispensada.

Sou a bandeira da Paz mas me trocam pela Guerra,
na tirania da Terra, me vejo desapontada,
porém, quem me ama não erra, pois o meu nome é Sttrada !

Saindo de um turbilhão; alçando a torre encantada;
me vejo como uma estrela, de Lua e Sol enfeitada.

Com certeza amanhã, estarei acompanhada, do Anjo que é puro élan,
de uma mulher coroada.

Sou a roca, sou o fio, sou tecelã afamada, na teia eu desafio quem faça a melhor laçada, pois entre a chama e o pavio, eu tramo a trama esperada, mesmo que seja apenas, por uma curta jornada.

Me coloque em sua vida, como uma moça querida, que precisa ser amada; em troca posso lhe dar, o bem maior deste mundo numa bandeja dourada.

Me traga no coração prá me deixar encantada.

Não me esqueça e me honre com sua gentil chamada,
grite bem alto o meu nome !

Me chame, me chame, eu sou a sua “cigana estrada” !

Helena Rêgo/Cigana Sttrada
(do Clã Calom)

Na Curva da Estrada...





Ainda me recordo da primeira vez que a vi, parada e sorrindo na curva da grande estrada. A bainha da saia de muitas cores, levantada até a altura da cintura e o sorriso era a coisa mais pura, parecendo uma deusa encantada.

Lindos brincos de argola presos à orelha, um lenço de seda que parecia macio como lã de ovelha cobria-lhe os cabelos grandes e esvoaçados. Um pequeno sinal junto aos lábios carnudos davam-lhe um toque a mais nos seus olhos escuros cujo brilho jamais por mim fora sonhado.

Seu corpo era uma obra de arte, havia beleza em todas as partes, desde o movimento do pescoço, a cintura fina, as pernas torneadas, os seios exuberantes e no rosto o sorriso dengoso.

Me encantava todas as vezes que a via, mas quando estacionava o caminhão ela simplesmente desaparecia, como se aquilo fosse uma brincadeira. Encontrei-a por muitas estradas do meu caminho, no norte, no sul, leste e oeste e já até sonhava tê-la como companheira.

Mas como sempre acontecia, de repente ela sumia como se fosse apenas uma visão. Mesmo sem chegar perto, mesmo de vê-la somente da boléia do caminhão, aquela encantadora criatura invadiu meu coração.

Continuo hoje por estes caminhos sem fim e me agrada acreditar que ela está sempre perto de mim, e que de alguma forma é como meu anjo protetor. Um dia espero que me permita chegar junto dela e de uma forma singela, lhe falar do meu amor.

E quando algum dia alguém perguntar por onde estará o caminhoneiro agora, já terá vencido minha hora, esta vida estará terminada. Muitos certamente responderão, sem qualquer hesitação: - Partiu com a Ciganinha da Estrada.

Warley Rodrigues

POMBOGIRA CIGANA DA ESTRADA




Esta entidade queridíssima e respeitada dentro dos terreiros de Umbanda,

quando chega ao mundo vem sempre sorrindo e dando gargalhadas, mostrando que sua vinda no astral é tão alegre quanto o seu tempo aqui na terra.

Pomba-Gira Cigana da Estrada gosta de trabalhar para o amor e para trazer o pão (dinheiro) a quem a sua ajuda precisa.


Tudo ela faz com satisfação e alegria, mais como toda a cigana… gosta de bons agrados… pulseiras, anéis, perfumes e lenços coloridos…


Gosta de receber suas oferendas e pedidos nas Campinas das estradas… pode ser nas segundas ou sextas-feiras de lua cheia para trabalhos de amor e na lua crescente para trabalhos de dinheiro…

Peça com fé e respeito que pomba-gira Cigana da Estrada vem alegre para lhe ajudar!
๑۩۞۩๑۞๑۩۞۩๑

O ponto

“ Vinha caminhando a pé para ver se encontrava uma cigana de fé…

Ela parou e leu minha mão… me disse toda a verdade…

eu queria saber a onde mora a pomba-gira cigana!”

๑۩۞۩๑۞๑۩۞۩๑


A Pomba-Gira da Estrada gosta de trabalhar para o amor verdadeiro, e costuma dar muito brilho para quem a ela se dirigir. Ajuda bastante para desenrolar negócios e gosta de limpar caminhos e ajuda bastante em descarregos.
Tudo ela faz com satisfação e alegria, mas, como toda a cigana... gosta de bons agrados... pulseiras, anéis, perfumes e lenços coloridos... Gosta de receber suas oferendas e pedidos nas Campinas das estradas de terra... sempre às segundas-feiras. Peça com fé e respeito que pomba-gira da Estrada vem alegre para lhe ajudar!
Gosta de se vestir de vermelho, amarelo e dourado, gosta de ler a mão.
Dê para a cigana da Estrada 1 rosa amarela numa rodovia larga, aberta e reta para abrir as estradas para os negócios, emprego, etc...
Dê para a cigana da Estrada 1 rosa vermelha numa estrada de terra bucólica e romântica para ter sorte no amor e nas paixões!
Use perfumes fortes de preferência com um toque de almiscar.
Ao chegar, ela gargalha forte e se mostra muito soberana. É uma Pomba Gira alegre, mas, muito séria. Ninguém a vê dizendo palavrões e perdendo tempo.
Ela recebe presentes para resolver um grande problema em 7 caminhos diferentes, a saber:
_ 1 rosa amarela ou vermelha numa rodovia
_ 1 anel dourado numa rua larga e aberta
_ 1 fita amarela ou vermelha num caminho de terra
_ 1 pulseira dourada numa estrada de ferro
_ 1 lenço amarelo ou vermelho numa rua ou caminho beirando um rio
_ 1 vela amarela ou vermelha numa rua de cemitério
_ 1 frasco de perfume num caminho de uma praça
A Pomba Gira da Estrada não gosta de Encruzilhadas e nem de encruzilhadas T.
Ela é dos caminhos, das estradas...

ORAÇÃO DA CIGANA DA ESTRADA

ORAÇÃO DA CIGANA DA ESTRADA


Cigana do Sol e da Lua, Cigana das estradas e das ruas. Tu tens a força da Magia no teu punhal afiado. Esteja sempre ao meu lado Cigana querida, me protegendo dos inimigos visíveis e invisíveis. Cigana amada, me proteja sempre das mal querências, dos olhos e das línguas maledicentes. Cigana amiga, espírito benfazejo, acata-me os desejos e os pedidos que agora faço; ( mentalizar os pedidos - espirituais, matérias, sentimentais). Cigana dileta, livra-me dos olhos da inveja, cuida do meu caminhar para que eu não tropece nas armadilhas da vida. Zela por minha família, por todos que quero bem, proteja minha porteira (porta de casa) com teu cadeado de luz. Ilumina minha trilha, pois quero seguir para onde o sol me conduz. Minha cigana companheira, corajosa e conselheira, aponta-me os rumos que devo tomar para não me perder nos descaminhos dos insanos. Limpa meu corpo das impurezas, fortalece minha alma arrancando as mágoas e as tristezas. Me cubra com seu destemor e conto com seu Amor para me ensinar a fazer o bem. Corta com teu punhal qualquer influência do mal e que eu sinta a tua força e a magia da tua presença em todos os momentos da minha vida. Te agradeço cigana, pelo enlevo da minha alma nesse momento de oração que faço a ti. Axé minha cigana - Espirito de Luz - Alma Iluminada! Axé, minha querida Cigana da Estrada. Axé!
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Se desejar faça um breve contendo esta oração e coloque junto uma pequena chave e sementes de girassol. Carregue sempre contigo como defesa, proteção e boas energias.
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domingo, 3 de abril de 2011

8 DE ABRIL - DIA DO POVO CIGANO

No dia 8 de Abril celebra-se o Dia Internacional dos Roma/Ciganos, uma ocasião que pretende dar visibilidade à presença das comunidades ciganas em todo o mundo.


Esta data, à semelhança da bandeira e do hino ciganos, foi oficializada no primeiro Congresso Mundial Roma/Cigano que teve lugar em Londres em 1971, tendo hoje grande difusão no espaço europeu e mundial, sendo formalmente aceite pela grande maioria das Associações e ONG’s das comunidades ciganas.

A celebração do Dia Internacional dos Ciganos tornou-se desde os últimos anos uma importante ocasião para o reconhecimento internacional dos Ciganos/Roma, da sua história, língua e cultura. Apesar desta ser uma data relativamente desconhecida para a grande maioria das pessoas, hoje é celebrada em diversos países dos cinco continentes como uma chamada de atenção para a discriminação que em muitas ocasiões estas comunidades são alvo.



Em 2000 o então Papa João Paulo II contribuiu também para a difusão do 8 de Abril com uma audiência na Praça de S. Pedro a diversas organizações ciganas, tendo solicitado mais respeito e apoio a estas populações. Em 2002 o dia 8 de Abril adoptou uma vistosa celebração, chamada Cerimónia do Rio, em que as organizações ciganas se reuniram junto aos principais rios de todo o mundo para lançar flores e acender velas em memória dos seus antepassados e das vítimas ciganas do Holocausto Nazi.




Lendo a vida vejo a sorte abro as cartas embaralho...
Mãos de perfume palavra farta como atingir o topo?
Ponderações Contradições não é trabalho!É o meu baralho!Magia...
Fantasia Coerência Emoções Vida em jogo ditas num sopro...
Destino que aparece assusta,alegra vida ,morte é a sorte embaralhada
deitada na mesa visão de fada,intuição voz ouvida como canção vejo astros...
Lua...Constelações,planetas poder ,caridade verdade nua e crua segredos
e mistérios desvendados,falados jogados como pedras em telhados
Alguns de vidro... Sigo a leitura bom censo Incenso luz de vela,clarão
Luz,Taça,Água,Punhal mágoa que aparece,consolo Jogo de vida
Jogo de sorte encanto,magia afastando a morte...
Vejo a sorte!
(Adriana Rodrigues Torres)











Direitos Humanos para o povo cigano
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A Declaração Universal dos Direitos dos Povos, de 1976, dedica uma seção ao "Direito à Cultura", na qual afirma: "Art. 13 - Todo povo tem o direito de falar sua língua, de preservar e desenvolver sua cultura, contribuindo assim para o enriquecimento da cultura da humanidade. Art. 14 - Todo povo tem direito às suas riquezas artísticas, históricas e culturais. Art. 15 - Todo povo tem direito a que se não lhe imponha uma cultura estrangeira"

32.1. Utilizar livremente sua lín­gua materna, na vida privada como tam­bém em pú­blico.

32.2. Criar e manter suas próprias instituições, organizações ou associações educativas, culturais e religiosas, poden­do solicitar ajudas financeiras sobre tudo lucrativas, e outras contribuições, inclu­sive ajuda pública, conforme a legislação de cada país.

32.3. Professar e praticar sua re­ligião, inclusive possuir e utilizar objetos religio­sos, como também ministrar ensino religioso em sua língua materna.

32.4. Estabelecer e manter conta­tos entre si no seu país, como também manter con­ta­tos extra-fronteiras com ci­dadãos de outros Estados (da Comunidade Europeia), que têm em co­mum uma origem étnica ou nacional, um patrimônio cultural ou crenças religiosas.

32.5. Corresponder e trocar in­formações na sua língua materna e ter acesso a estas informações.

32.6. Criar e manter organizações ou associações no seu país e participar de ativi­da­des de organizações não-governamentais internacionais. (....)

33. Os Estados participantes protege­rão a identidade étnica, cultural, linguís­tica e re­ligi­osa das minorias nacionais que vivem em seu território e criarão as condições neces­sárias para promover esta identidade. Eles tomarão as medidas necessárias a este respeito, após ter rea­lizado as consultas apropriadas, e espe­ci­almente após terem entrado em con­tato com as orga­nizações ou associações destas minorias, conforme os processos de deci­são de cada Estado. Estas medidas deverão ser em conformidade com os princípios de igual­dade e de não-discriminação com respeito aos outros cidadãos do Estado partici­pante em questão. Mais práticas são as medidas propostas pelos Rom no Congresso Internacional sobre Políticas Ciganas, em 1991:

"A única possibilidade de superar, desde já, a atitude hostil da população maioritá­ria para com os Rom e os Sinti passa por uma informação imediata e ob­jetiva que deve salientar não apenas os aspectos negativos do seu modo de vida, como sucede com fre­quência, mas sobre­tudo as origens, a história, a cultura e as tradições deste povo.


Afim de serem superados os pro­blemas que inevitavelmente irão surgir, é condição necessária considerar a cultura dos Rom e dos Sinti igual à cultura de cada um dos outros po­vos. Para realizar este desiderato é preciso:

1. recolher o máximo possível da tradição oral popular e conservá-lo, quer seja em forma literária quer seja em quaisquer das outras formas existentes. Destaque para contos, provérbios, fábu­las, canções, poesia e música;

2. criar um arquivo e um centro de documentação informativo dos mate­riais relati­vos a todos os aspectos da cultura e da história dos Rom e dos Sinti;

3. promover condições sociais e medidas políticas para que os Rom e Sinti possam proclamar livremente a sua identidade e diversidade étnico-cultural e desenvolver a sua cultura específica para poderem exprimi-la de forma concreta;

4. possibilitar a inserção da cultu­ra dos Rom e dos Sinti no âmbito da cul­tura maiori­tária superando o particula­rismo familiar onde se encontra hoje, uti­li­zando para tanto a rádio, a televisão, jornais, livros, música e espetáculos, e se possível também a língua cigana;

5. difundir conhecimentos sobre a história e a cultura dos Rom e dos Sinti em todos os níveis a partir da escola;

6. promover a criação de associa­ções e organismos culturais ciganos, re­conhecidos a nível local, nacional e internacional, com os financiamentos apropria­dos;

7. inserir os programas das orga­nizações Rom e Sinti nos programas da UNESCO, em pé de igualdade com outras organizações, inclusive quanto ao finan­ciamento.

Na Terra há lugar para todos. Nenhum povo tem o direito de oprimir e discriminar um outro apenas porque este é diferente e vive em diáspora contínua. A única possibili­dade para uma convi­vência melhor consiste no respeito recí­proco de um pelo outro e, acima de tudo, pelas tradições culturais que cada povo tem o direito de conservar e desen­volver. Este princípio está, entre outros, consig­nado na Declaração Universal dos Direitos Humanos".

A sociedade majoritária, no entanto, só pode desenvolver respeito pela cultura daa minorias ciganas se conhecer os valores e as manifestações culturais ciganas. Mesmo na Europa são escassas monografias detalhadas e confiáveis sobre as culturas ciganas, escritas por antropólogos ou outros cientistas sociais, ciganos ou não-ciganos. No Brasil, então, são praticamente inexistentes.

Em parte isto é devido às dificuldades peculiares de pesquisa de campo entre povos nômades, mas hoje, quando muito, só uns 10% dos ciganos ainda são nômades, inclusive no Brasil, e em boa parte também à falta de cooperação por parte dos próprios ciganos que, por motivos diversos, não costumam ser muito generosos quando se trata de fornecer informações sobre o seu modo de vida.

Coração cigano





Oh, coração valente,
oh, coração leviano,
oh, coração ardente,
és coração cigano.
Tua vida nunca é certa,
teu destino desconheces,
não és teu, nem és de ninguém.
Teu caminho, uma porta aberta,
és amado, mas não mereces,
vives só, mas tens sempre alguém.
Oh, coração sem alma,
oh, coração malandro,
oh, coração sem calma,
és coração cigano.
Pelo amor vives, pelo amor morres,
teus olhos negros, são quentes,
são frios, mostras alegria,
mas no fundo estás triste.
No quadro do tempo, teu rosto,
marcado por rugas, são rios,
cheios de amores que só tu viste.
Oh, coração em chamas,
oh, coração ladrão,
oh, coração que amas,
és coração cigano.
Coração cigano, tu nunca és feliz,
e quem te ama, sofre o mesmo destino.
Tu nasceste para amar, não para ser amado,
da chama cigana tu és de raiz,
viver sem passado, é o teu castigo,
não saber quem amas, é o teu fado.

-Paulo Lourenço-

Amor Cigano



Eu o vi naquela praça
no meio da multidão
tinha a magia nos olhos
mostrava seu coração.
Aquele rosto marcante
jamais será esquecido
os seus movimentos ágeis
a voz quente em meu ouvido.
Eu me vi entre os seus braços
no lugar da sua parceira
comungando as suas crenças
sendo a sua companheira.
Seus olhos me dominaram
por completo, a noite inteira
meus sonhos foram brilhantes
minh'alma foi sua bateia.
Era amor o que eu sentia
o meu doce amor cigano
que eu vivi somente um dia
mas pareceu muitos anos.
Ele era a própria liberdade
não pude prendê-lo a mim
só absorvi a sua dança
amando-o até o fim.
Naquela mágica noite
que eu nunca vou esquecer
eu fui anjo e fui demônio
sem ao menos perceber.
Sem impedir que o sol nascesse
o doce encanto se perdeu
o meu lindo amor cigano
com os raios de sol morreu.
-Terê Penhabe-

sábado, 2 de abril de 2011

AMAR UM CIGANO


" AMAR UM CIGANO
É ATRAVESSAR UM MAR BRAVIO
EM MEIO A UMA TEMPESTADE.
SE TIVER MEDO DO DESCONHECIDO,
DOS ENCANTOS E FEITIÇOS,
É MELHOR NEM COLOCAR
OS PÉS NA ÁGUA.
AMAR UM CIGANO,
É ATRAVESSAR
ESSE MAR TURBULENTO
ATÉ A MARGEM,
ONDE A FELICIDADE
ESTÁ A ESPERA,
NO CALOR DA FOGUEIRA,
REGADA A VINHO E AO SOM
DE UM VIOLINO FLAMENCO.
POR UM CIGANO, IRIA ATÉ
O UNIVERSO INFINITO
DE MINHAS FANTASIAS..."
-Viviane Ribeiro-

sexta-feira, 1 de abril de 2011

OS SIGNOS CIGANOS

















simpatias ciganas

As Simpatias estão na tradição de vários povos e foram transmitidas pelo nossos antepassados.A sabedoria popular afirma sempre que a fé é o elemento mágico sendo o componente principal. Sem ela, a simpatia não tem sentido e nada resolve. Quando se tem fé...Tudo se torna possível. "O poder da nossa Fé pode ser a solução dos nossos problemas.








ORAÇÃO - CIGANO WLADIMIR

Oração ao Cigano Wladimir

Ó glorioso e poderoso cigano Wladimir, neste instante, é com o meu coração cheio da mais profunda fé, que me dirijo ao teu luminoso espírito, que tem poder e forças entre todas as entidades ciganas que hoje, como estrelas brilhando no infinito, são entidades que por misericórdia nos assistem em nossas aflições. Em particular a ti, peço, querido cigano Wladimir, que me ampares, com teu coração bondoso, jamais deixando que eu venha a cair sob o impulso das provas desta vida; protege meu corpo, livrando-o das doenças; protege o meu coração, não deixando nunca que nele se abrigue o ódio; protege minha mente, para que ela seja sempre abrigo de pensamentos positivos e de força; protege a minha família, protege o meu caminho, livrando-me dos inimigos, da terra e do espaço. Por todo o bem que sei que fazes sempre, por todos aqueles que depositam fé incondicional em ti, é que peço à Santa Sara, a Padroeira Universal dos Ciganos, que encha teu espírito de Força, Luz e Poder, para que estejas sempre pronto a atender aos teus filhos, aos teus seguidores... e a Deus, nosso Pai maior, peço que tome nos braços este filho tão querido que és e, ao lado dele, jamais esqueças de nós, Ó glorioso e bondoso cigano Wladimir. Amém .