segunda-feira, 10 de março de 2014

Benzedeiras



Gestos Lentos
mãos calejadas
no silencio ouve-se uma oração......
uma petição...
olhos fechados.

Do incenso que exala fé,
ao óleo que alivia,a reza que sara…
Benzedeiras da Amazônia…
afastam o mal olhado ,
desencantam o encanto ,
Ribeirinhas humildes em seu andar, falar e tocar
fé única que encanta quem por elas são curados.

Curas que não tem preço
somente pelo apreço que sentimos
já se sentem pagas.
Vem dessas Matas sua sabedoria
brota desse solo suas riquezas.
Das raízes aos troncos,cascas e folhas são seus medicamentos
das rezas nasce sua fé e da fé a cura.

Mulheres,amigas,irmãs
adjetivos infinitos para te descrever,
oh mãe de todos nós
Curandeira nas noites escuras
Parteiras sobre luz de velas
que iluminam seu caminho,sua fé.
socorro para todas horas
das terras distantes , as vilas és tu a esperança
descanso e proteção , segurança e amparo.
Sempre encontraremos em teus braços o abraço amigo.
Mulher Guerreira.


Anderson VieiraVer mais

Velha Cigana




Sou uma velha cigana
que já pisou a poeira dos séculos
e que traz sobre o corpo andrajos coloridos...
restos desbotados de outros tempos...
que cobrem meu corpo dolorido
Meu interior e minha alma são ciganos
que caminham, sempre, em direção ao sol
em busca de luz
Contando que o vento esteja a favor
busco o caminho traçado por Jesus.
tenho a liberdade por irmã
e com liberdade estarei sempre a caminhar
pois ela não me tolhe os movimentos
e jamais me diz onde pisar.
Já me banhei nas àguas do Rio Nilo
e andei pelas planícies da Babilônia
cruzei céus e mares ... ainda sigo em frente...
atravessei toda a Macedônia
Sou uma cigana de muitos penduricalhos
de alma gentil, de alegria imensa
Cuido da Vida , das várias formas de vida
Levo a bandeira da paz
ainda vou caminhar sobre as estrelas
irei até quando for capaz
em busca de meu acampamento de luz.
que há milênios, neste planeta
me prometeu o Mestre Jesus!

 Jurema Nogueira.

Sou lenda

  

                                    

Sou lenda, porque as lendas são envoltas
em Mistérios e Magias
São uma criação dos caminhos da mente,
da vaga imaginação,
da liberação dos silêncios da Alma....
Sou Lenda, porque as lendas correm livres
junto ao Vento,
buscando as vozes da memória para que alcancem,
as histórias perdidas no Tempo.
Sou Lenda, pelo desejo incontido que há em mim,
de tornar possível o encontro entre a Lua e o Sol,
diminuindo o entrave da dor.
Então, sendo Lenda posso cavalgar pelos sonhos,
velejar pelos mares da sua Saudade,
passear, solta, pelo seu pensamento.
Sendo Lenda, posso brincar na sua Alegria,
ser parte da sua Emoção,
e caminhar, tranqüila,
pela sua Ilusão.
Sendo Lenda, posso escrever meu nome em sua Vida,
e me instalar no aconchego do seu Coração,
como uma Sensação chegando pelo perfume do ar.
Sendo Lenda posso ser parte de você, sem você perceber...

Débora Bottcher

Cigana na Estação de Trem


Sou uma cigana na estação de trem
Pois confundi o mal com o bem!
Numa noite de puro luar
Num “gadjo” fui acreditar!

Decidi abandonar meu acampamento
Por uma casa concreta de madeira,
Em nome de um breve sentimento,
Mas, agora percebi que fiz besteira
E derramo lágrimas ao relento!

Antes de você me beijar
Eu era alguém, uma cigana
Agora não consigo nem bailar
E perdi os rastros da caravana!

Sou cigana na estação de trem
Vendo os vagões que vão e vem!
Eu olho no metal do trilho
E vejo que perdi todo o brilho!

Arranquei o lenço da minha cabeça
E ele virou o véu da fantasia!
Como você quer que eu esqueça
Tudo que aconteceu da noite para o dia?
Sou cigana na estação de trem
Pois, confundi o mal com o bem

Não danço mais ao som do violino
Agora, sou apenas um ser sem destino
Rodopiando em pleno desatino!

A paixão cega é perigosa,
Cruel, maldita traiçoeira
Sua conseqüência é dolorosa
Não sou mais aquela cigana faceira.
Luciana do Rocio Mallon

A magia das fitas ciganas


Quando falamos em ciganos, falamos em cores, alegria, encanto, magia, sedução... E todo o misticismo que envolve essa cultura maravilhosa, e que ainda é vítima de preconceitos bobos. Pois bem, vamos falar sobre a magia das fitas, e como elas são usadas pelos ciganos e ciganas.

Fita Amarela: Traz prosperidade, equilibra a mente, traz inovação de idéias.
Fita Azul Clara: Proporciona serenidade, segurança e confiança, equilíbrio emocional e proteção.
Fita Vermelha: Desperta a coragem, a determinação, o entusiasmo e a paixão. Equilibra os relacionamentos.
Fita Verde: Cura física e espiritual.
Fita Dourada: Usada em trabalhos de prosperidade, traz a riqueza
Fita Azul Royal: Proteção
Fita Rosa: Promove a auto-estima, a aceitação de si, promove o amor universal. Equilibra as emoções.
Fita Laranja: Entusiasmo e alegria.
Fita Violeta: Transmutação
Fita Marrom: Traz a realidade prática da vida. Promove aterramento.

Da próxima vez que vir uma cigana faceira dançar com seu pandeiro, e ver as fitas. Saiba que ela naquele momento ativa todas as forças da natureza para que a magia se realize no agitar do pandeiro e das fitas.

Magia com fitas:

Essa é uma magia simples que você pode fazer para atrair proteção, coragem e força no propósito que deseja.
Pegue duas velas, uma vermelha e uma azul royal. Amarre ambas com uma fita de cetim vermelho (daquelas fininhas). Coloque ambas em um pires ou no seu tacho cigano, desembainhe seu punhal e coloque próximo a elas. Consagre aos ciganos de luz e peça que Santa Sara te proteja para que você alcance o que deseja.Reze 03 ave marias e acenda as velas. Se quiser, embaixo delas coloque escrito num papel branco e sem pauta o seu pedido.

Bibliografia consultada: Clãs ciganos de luz do astral - Marcelo Ruiz e Solange Magrin Ruiz
 

Véu Cigano


Como existem diversos grupos ciganos, é muito difícil dizer categoricamente “tal costume cigano é assim”. Eles podem variar a cada clã. No entanto, é possível identificar alguns costumes que se assemelham entre eles. Como o uso do véu ou diklô para as mulheres.

Sara Kali é venerada como santa por alguns grupos ciganos cristãos, principalmente os Sinti, da França e Itália, e também por Calons espanhóis. A história conta que Sara estava com seus senhores vagando em um pequeno barco no oceano e ela teria suplicado a Jesus que salvasse o grupo. Como o milagre se realizou, em respeito, passou o resto de sua vida com a cabeça coberta com um manto. Com a popularização de seu culto, muitas mulheres começaram a oferecer mantos à santa em troca de conceberem um filho, algo importantíssimo para os ciganos. Por isso, sua capela é cheia de lenços e véus, ex-votos e pagamentos de promessas de suas seguidoras. E em sinal de respeito durante as procissões de Santa Sara, as devotas cobrem suas cabeças com o véu.

Não é possível dizer se o costume de presentear as moças com diklô tenha surgido antes ou depois da popularização do culto de Sara. O certo é que, em quase todos os grupos, as meninas quando menstruam recebem o seu diklô, marcando a passagem para a vida adulta. Entre os grupos muçulmanos, ai partir daí, a moça deve cobrir sua cabeça, escondendo todo o cabelo com seu diklô. Em outros grupos, especialmente os Roms do Leste Europeu, como os Kalderash e Lovari, a mulher só cobre a cabeça quando se casa. Por isso, dar de presente um belo diklô a uma recém-casada é algo muito gentil. Entre outros grupos, é apenas um costume usar um lenço para proteger a cabeça do sol, sejam casadas ou solterias. Mas em quase todos, o diklô é um objeto especial, quase ritualístico. Por isso, muitas ciganas os utilizam em rituais diversos.

Para alguns grupos ciganos, o véu é um objeto de limpeza. Ai dançamos com o véu como se ele estivesse limpando nossa alma. No fim do bailado, ele é colocado delicadamente no chão para ser “aterrado” e descarregar as energias. Já entre outros grupos isso seria uma ofensa, já que para eles, o véu é a representação do amor da cigana. Desse modo, colocar o véu no chão seria como desprezar seu amor. Apesar das divergências, é importante saber qual o significado do seu bailado, assim, se algum grupo diferente te ver e achar estranho, saberá responder o que e porque está fazendo.

Como escolher seu véu

Escolha um véu bonito e que te agrade. O tamanho não pode ser muito grande, pois diferente da dança do ventre, onde o véu é usado para fazer uma burca e cobrir o corpo todo, no Bailado Cigano o véu deve cobrir apenas a cabeça. Os materiais podem variar. E para bailar com seu diklô, escolha uma música oriental, pois não é comum dançar com véu entre as calons.

Fonte: http://filhasdovento.wordpress.com/2014/02/16/veu-cigano/

Mulher Cigana


Quando digo que teu jeito te denuncia
quero dizer que se vê em teu rosto
o que de mais belo existe nas mulheres de seu povo: 
a alegria;
E vejo que carregas esta marca com muito gosto.

Quando te olho vejo em tua face
o que só em vocês mulheres nasce.
Por exemplo: este teu olhar tímido enigmático
que te deixa assim com um ar simpático.

Quando digo que teu jeito te denuncia
é porque somente em teus olhos cabe a magia
que existe nos olhos de uma mulher cigana
quando um homem ela ama.

Quando eu te olhar - quero que me prenda
e que me leve para a sua tenda;
E no meio da noite sob o clarão da lua
Você todinha nua me dedique a sua oferenda.

Carlos Aparecido Ferreira

Significados do Véu na Dança Cigana


Quando uma cigana dança com o véu
Ela quer louvar a leveza e a liberdade
Como um pássaro que voa pelo céu 
Batendo suas asas de verdade!

Quando ela amara o lenço na cintura
Significa surpresa, emoção e sentimento
Porque apesar de seu olhar de doçura
Ela tirará este véu em qualquer momento!

Bem no meio da linda música
De uma maneira lúdica e lúcida!

Quando ela joga este lenço para trás
Balanço o véu nas suas costas, bem atrás
É porque começou uma dança de paz

Este lenço vira asas leves
Em passos suaves e breves
Num doce vai e vem
Que invoca o bem!

Quando ela coloca o véu no meio da cabeça
Ela não deseja que o terceiro olho se esqueça
Que ele é a força da intuição da natureza
Assim, a bailarina vira uma princesa!

Quando a cigana joga o lenço para trás
Homenageia a sua vida nômade e errante
Porque ficar num só lugar não satisfaz
Quem nasceu para ser uma estrela brilhante!

Quando a cigana joga o véu na terra
Para bailar em círculo ao seu redor
Ela homenageia a fertilidade e a nova era
Com a sua dança mágica repleta de suor!

Quando ela coloca o véu transparente
Na frente do seu corpo cheio de magia
A cigana deseja dizer de um jeito inocente
Que a estrada está cheia de ilusão e fantasia!

Quando uma cigana dança com o véu
Ela quer louvar a leveza e a liberdade
Como um pássaro que voa pelo céu
Batendo suas asas de verdade.
Luciana do Rocio Mallon
 

MULHER CIGANA



Misterioso olhar, que ilumina os caminhos.
Dança espalhando desejos e paixões
Conheces o destino como um menino,
Ler meus pensamentos e os traços das minhas mãos.

Joga as cartas mostrando as verdades,
Seus olhos enxergam muito além do seu véu.
Conhece a magia e os sentidos dos sentimentos,
Cigana nada te engana.

Desafia o destino, sem nada a temer,
Encanta e enfeitiça mesmo sem querer.
Rica em sabedoria,dona dos encantos.
Seu amor da luz aos olhos de quem não enxerga,
Cega os que querem enxergar demais.

Cigana mulher feiticeira,mulher de um mundo estranho.
Viajante do mundo, sem apego sem aconchego.
Seu lugar è em qualquer lugar,
Mulher que conhece o amor, mais não nasceu para amar.

BRIONE CAPRI

Kalin Encanto e Meu Sonho

“Kalin” que tanto me encantas
Pelo teu ar de sombra fina
De sonoro trinar quando cantas
No mágico bambolear de menina

Teus acans encantadores
Os bales soltos e compridos
Tuas orelhas ornadas com flores
A roupa no urdar de coloridos

Meu espanto movimento e enlaço
Sonho de kambulin recreio e Paraíso
Ramo de nazar que abraço
Sol radiante quando abres um sorriso

Teu Trup, uma onda de bamboleio
Sempre que passas por mim
Deixas perfume e rasto onde me enleio
Passo temendo que não olhes para mim

Gosto tanto de ti kalin, doce Gitana
Mas nunca te consegui dizer
Rezo para que não parta a tua Caravana
Sem teu encanto não consigo viver

Carlos Alberto